Pesquisadores Cearenses Desenvolvem Pulseira que Detecta Alergias a Medicamentos e Garantem R$ 1,4 Milhão para Expansão

Pesquisadores cearenses desenvolveram uma pulseira inteligente capaz de identificar alergias a medicamentos e alertar profissionais de saúde, reduzindo o risco de reações adversas. O projeto, chamado AlertAlergo, recebeu um financiamento de R$ 1,4 milhão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para avançar no desenvolvimento e viabilizar sua possível implementação no Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa surgiu a partir da observação de casos como o da jornalista Líliam Cunha, de 44 anos, que tatuou no antebraço suas alergias a medicamentos como dipirona, trimetoprima e sulfa, na tentativa de evitar erros médicos. Atualmente, pacientes alérgicos costumam utilizar laudos e carteiras de papel para informar suas condições, métodos que podem ser ineficazes em situações emergenciais.

Como Funciona a Tecnologia?

A pulseira, que também pode ser usada como colar, emite alertas sonoros, luminosos e mensagens de texto quando próxima a um dispositivo com tela, fornecendo informações precisas sobre as alergias do paciente. O objetivo é facilitar a identificação dessas condições em hospitais e postos de saúde, onde a alta demanda e o ritmo acelerado podem levar a falhas no atendimento.

Além do dispositivo portátil, o projeto propõe a criação de um botão digital chamado "Minhas Alergias" dentro da plataforma Meu SUS Digital, permitindo que os dados fiquem disponíveis para profissionais de saúde de forma segura e sigilosa.

Impacto na Saúde Pública

A relevância do projeto é evidenciada pelos números: cerca de 30% dos brasileiros possuem algum tipo de alergia, segundo a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Em ambiente hospitalar, 16% desses pacientes sofrem complicações alérgicas, sendo que 84% dos casos poderiam ser evitados com identificação prévia.

As reações alérgicas podem variar desde irritações leves até quadros graves de anafilaxia, que incluem edema de glote e risco de morte. O dispositivo busca oferecer uma solução acessível e eficiente para reduzir esses riscos, especialmente entre idosos e pessoas com deficiência, que podem ter maior dificuldade em comunicar suas alergias.

Quem Está por Trás do Projeto?

A pesquisa foi idealizada pela médica alergologista Lorena Madeira, em colaboração com as especialistas Liana Jucá (Alergia e Imunologia), Ingrid Correia (Fisioterapeuta e Doutora em Ciências Médicas) e Ludmila Theisen (Estudante de Medicina).

A iniciativa foi aprovada no edital da CriarCE Hard, aceleradora pública da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), em 2023. O desenvolvimento conta ainda com o apoio de pesquisadores do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE) e Universidade Federal do Ceará (UFC), Campus Quixadá.

Com o financiamento obtido, a equipe trabalha para transformar a pulseira em um dispositivo viável para uso em larga escala e para sua futura integração ao SUS, proporcionando mais segurança aos pacientes alérgicos em todo o Brasil.

Fonte: Diário do Nordeste

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