Nova variante do coronavírus é identificada em morcegos no Ceará


Uma nova variante do coronavírus foi identificada em morcegos no Ceará, conforme análise de amostras realizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen-CE). O vírus é o primeiro registrado na América do Sul com semelhança ao causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), doença que já resultou em mais de 800 mortes desde sua descoberta, em 2012, na Arábia Saudita.

A descoberta faz parte de um estudo publicado recentemente no periódico Journal of Medical Virology, conduzido por pesquisadores de São Paulo e do Ceará, em colaboração com a Universidade de Hong Kong, na China. O levantamento analisou amostras de cinco morcegos capturados em Fortaleza, identificando sete tipos diferentes de coronavírus nos animais. Os morcegos pertencem a duas espécies distintas, sendo uma insetívora e outra frugívora, que se alimenta de frutas, verduras e legumes.

Embora o novo coronavírus apresente similaridade genética com o MERS-CoV, os pesquisadores ressaltam que ainda não há evidências de que ele possa infectar humanos. Estudos adicionais serão necessários para compreender melhor o potencial de transmissão e os riscos associados a essa variante.

A descoberta reforça a importância do monitoramento de vírus em animais silvestres, especialmente morcegos, que são conhecidos reservatórios de diversas doenças zoonóticas. Especialistas alertam para a necessidade de vigilância epidemiológica contínua, visando prevenir possíveis surtos e proteger a saúde pública.

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